Boa noite, gente! Acabo de receber por e-mail um relatório super completo sobre a atual situação que vivemos dentro do Tribunal. Parabenizo o colega que redigiu o texto, porque conseguiu fazer uma perfeita radiografia do Tribunal mais traz-parente do país!
Com vocês, o Relatório explícito, na íntegra, sem cortes:
DEPARTAMENTO PROCESSUAL
- MARIA TERESA INGEBORG WAGNER
Cargo/Função: Diretora do Departamento Processual – exerce a FG11 desde época anterior à fusão do TJ e TA, ou seja, é proprietária de um cargo público. Valendo-se dessa situação, faz uso do privilégio do nepotismo, protegendo seus sobrinhos:
1 – MICHEL WAGNER
Interessante o poder patrimonial de cargos públicos que possui a senhora Maria Teresa! Não só possui a FG11, como também a FG8, pois destinou a FG8 ao seu sobrinho.
Esse servidor muda freqüentemente de lotação, mostrando dificuldade de adaptação. Mesmo enquanto estava na Processual, mudou seguidamente de setor ou núcleo, e cumpriu carga-horária diferenciada de seus colegas, sob a alegação de que o mesmo tinha incompatibilidade de gênio com os demais, mas sempre se beneficiando. Ainda estava em estágio probatório quando foi beneficiado com a FG8 (Chefe de Equipe), no Departamento Processual, de propriedade de sua Tia Maria Teresa, onde ficou até setembro de 2006. Embora sendo Chefe de Equipe, não chefiava ninguém, uma vez que trabalhava das 6h às 13h ou das 7h às 14h, sob alegação de falta de equipamento. Só que, conforme determinação da Diretora Maria Teresa, quem exerce FG ou CC não pode cumprir horário diferenciado, porém o sobrinho podia.
Em outubro de 2006, conforme Boletins do Departamento de Recursos Humanos, 20.100 e 20.123 publicados no DJ de 27/09/2006, foram feitos arranjos, designando o sobrinho da Diretora para exercer FG8 de Encarregado Revisor, na Secretaria da 2ª Câmara Especial Cível.
Em meados de 2007 foi alterada sua lotação para a Corregedoria-Geral, levando a FG8 com ele.
2 – NÉLI ROSÁLIA WAGNER DOS SANTOS
Durante o período em que esteve lotada no Departamento Processual, até final de 1999, exercia a FG8. Atualmente é Secretária de Câmara, 21ª Câmara Cível, recebendo a FG10.
AFORA SEUS SOBRINHOS, HÁ NEPOTISMO NA PROCESSUAL, COM A CONIVÊNCIA DA DIRETORA:
1 – José Carlos Kasper é CC, lotado no Departamento Processual, onde sua esposa Maria Tereza Andrade Nunes exerce FG8. Cumprem horário diferenciado, das 8 às 15 horas;
2 – Maria Lúcia Maraschin Santos é CC, lotada no Departamento Processual e é irmã do Des. Jorge Maraschin;
3 – Rogério Missel Vasques é CC no Departamento Processual; sua esposa Luciane Idiart Tocchetto Vasques é CC e é filha de Desembargador;
4 – Fernando de Jesus Rovani, lotado no Departamento Processual, é irmão do Juiz Francisco de Jesus Rovani;
5 – Ilza Terra Burlani é CC, lotada no Departamento Processual, é irmã da Juíza Martinha Terra Salomon;
E POR TROCA DE FAVORES, SÃO DESPEJADOS CCs NA PROCESSUAL, PARA ACOMODAR PESSOAS CUJA ATIVIDADE NÃO JUSTIFICARIA CONTRATAÇÃO DE CC PARA O SETOR. POR EXEMPLO (HÁ MAIS):
1 – Thais Santos Maciel
2 – Paulo Adriano Koslovski Garcia
3 – Sônia Marisa Módica Cabral
4 – Astrid Dorinha Peiter Brito é, professora concursada do Município de Sobradinho, esposa do atual Deputado Estadual Adolfo José Brito – PP, ex-Prefeito de Sobradinho, e ocupa o cargo de Oficiala de Gabinete.
Afinal, o que é CC – cargo em comissão ou de confiança? Quais são os requisitos? Para onde são previstos? Há necessidade da contratação de CCs para as mesmas tarefas desempenhadas por estagiários de 2º Grau?
COMENTÁRIOS:
- A Diretora Maria Teresa há anos deveria estar aposentada, mas como tem CCs escondidos dentro do Departamento, precisa estar na ativa para mantê-los nos cargos, e para manter os privilégios dos sobrinhos;
- Não busca junto à administração melhores condições de trabalho e reconhecimento dos servidores que carregam o Departamento;
- Não mostra a cara quando exigida; se esconde atrás de pilhas de processos ou petições (deve ser nova forma de administração);
- Em relação ao novo horário que o Presidente quer implantar para “alguns setores” a partir de janeiro/2009, devido à necessidade de atendimento ao público, há muito tempo já vigora o serviço de plantão no Departamento Processual, a partir das 9 horas; outros servidores, cumprem o horário das l2 às 19 horas. Há 22 anos, os servidores cumprem uma jornada de sete horas de trabalho contínuo em ambos os casos, e o serviço é realizado de maneira satisfatória, não havendo interesse em alterá-lo. A Diretora
foi omissa, não colocando essa situação para a Administração.
DEPARTAMENTO DE APOIO ADMINISTRATIVO
Até hoje não se sabe para que serve, mas possui uma FG10 de Coordenador e o mais alto salário CC, do senhor Luiz Fernando Morschbacher. A idéia mais lógica é a de que tenha sido criado o Departamento para acomodar e distribuir FGs de servidores provenientes do Tribunal de Alçada
- Dirigido por Luiz Fernando Morschbacher, Diretor-Judiciário. É um Diretor que não tem nenhum poder para decidir ou buscar solução para os problemas jurídicos ou administrativos junto à Administração do Tribunal. Sua preocupação é manter-se no seu cargo, obtido por ser parente de Magistrado, o qual o próprio Presidente do TJ reconhece como “único caso de nepotismo no TJ/RS”. A situação é mantida pela Administração sob a alegação de que ele vai se aposentar em fevereiro/2009, ou seja, enquanto aguarda decisão judicial que lhe assegure todas as vantagens do servidor público concursado. Desde quando alguém pode se aposentar estando em situação irregular.
- A funcionária Irene Rute Motta, assessora o Luiz Fernando. O que faz para justificar o abono permanência? Por que ela é mantida, tirando a vaga que deveria ser preenchida por servidor que seja efetivamente aproveitado pelo Judiciário?
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E ESTENOTIPIA
- A Taquígrafa Cristina (coordenadora) detém uma FG10 há vários anos, e seu marido Celso é CC também há vários anos.
- Neste Departamento há uma farta distribuição de FGs, uma de Supervisão (FG 11), duas de Coordenação (FG10) e cinco FGs8 de Revisor, ou seja, 8 FGs, num Departamento, cujos salários iniciais se enquadram na Classe P (nível superior), para fazer o mesmo trabalho de estagiários de 2º Grau, qual seja, a degravação de fitas. Por que um quadro com servidores ganhando altos salários, se os estagiários podem substituí-los? E mais, sem funções gratificadas. Como pode?
DEPARTAMENTO DE JURISPRUDÊNCIA:
Com duas FGs, 10 e 11, distribuídas para servidores que não pertencem ao quadro de pessoal do Judiciário. Por que o Tribunal precisa buscar servidores de outros órgãos para realizarem o trabalho que pode ser feito por servidores do quadro?
CARGA HORÁRIA
ORDEM DE SERVIÇO DO PRESIDENTE Nº 10 de 19/06/2008 altera a carga horária para 8 horas diárias, a partir de janeiro/2009, das 9 às19 horas, com opção de uma ou duas horas de intervalo, para certos setores, alegando reforma administrativa no TJ.
O aumento da carga-horária de sete para oito horas, sem o correspondente aumento salarial, significa diminuição de salário, prejudicando ainda mais os servidores, há quatro anos sem reajuste, como prevê a CF/88, artigo 37. . Mas, mesmo se fosse feita a compensação no salário, não é admissível que o ato de um Administrador que permanece apenas dois anos no poder, possa transtornar a vida particular e profissional de pessoas que há 22 anos adaptaram suas vidas, em função do horário de trabalho das 12 às 19 horas.
- Como podem instituir carga horária diferenciada para cargos e vencimentos iguais e, ainda, através de OS?
- O quadro de pessoal é composto por servidores, regidos pelo Estatuto, e empregados, regidos pela CLT, além de estagiários;
- Nem todos os cargos são de carreira;
- Nos cargos de carreira é muito difícil a promoção, pois quanto mais elevada a classe menos vagas possui e as que poderiam vagar estão ocupadas pelos que já possuem tempo para se aposentar, porém permanecem ocupando a vaga se favorecendo com o Abono Permanência (25% nos vencimentos e não descontam mais IPE previdência = quase 50% a mais);
- Têm diferentes cargos e empregos e uma boa parte em desvio de função. Como fica a equiparação salarial?
- A maioria dos Presidentes, durante o mandato, fecham tempo de serviço para aposentaria. Nesse tempo; incorporam vantagens pecuniárias, se projetam na mídia às custas dos servidores, e vão para casa, sem preocupar-se com os efeitos das decisões tomadas nos últimos dois anos de suas carreiras.
IMPRESSIONANTE:
1 – Aumentam a carga horária, sem alteração na remuneração e, pior ainda, não é mais respeitada a data-base de revisão salarial para os servidores, há 4 anos sem reposição salarial;
2 – Entretanto, os vencimentos dos Magistrados fazem parte do efeito cascata, por conta do “TETO SALARIAL”, a maior vigarice criada. Eles não precisam data-base, nem de índice de reposição, o vencimento deles têm reajustes garantidos.
3 – A mesma situação é quanto ao pagamento das diferenças da URV. Os Magistrados, além de já terem recebido tudo, ainda acharam percentual maior do que o dos servidores;
4 - Quando tanto se fala em contenção de despesas e onde vários órgãos públicos e empresas privadas, inclusive TJ’s de outros estados, optam pela redução da carga horária, o Tribunal de Justiça do RS a aumenta, gerando:
a) Mais consumo de energia elétrica;
b) Mais consumo de água;
c) Material de limpeza;
d) Uso de telefone;
e) Serviço de limpeza em horário noturno;
f) Outros serviços de manutenção em horário diversos;
g) Menos produção, pois quaisquer necessidades (consultas médicas próprias e de familiares, exames, cursos, pagamentos, colégios e outros) obrigam os servidores a satisfazê-las durante o horário de expediente.
5 – Para os servidores, essa alteração de horário significa ficar à disposição do Tribunal o dia inteiro, acarretando-lhes, além de despesas (colégios, creches, alimentação, transportes, etc.), prejuízo em sua formação acadêmica, vez que muitos estudam no período da manhã;
6 – O intervalo, conforme previsto em lei, deve ser cumprido fora do setor onde trabalha, em área apropriada, mas o Tribunal não dispõe dessa área.
7 – A situação financeira dos servidores, para muitos não permite almoçarem no restaurante, então levam sua refeição de casa. Vários andares não têm copa ou espaço para alimentação;
8 -A limpeza no prédio terá que ser feita durante o horário de expediente.
O Presidente do TJ, com a alteração do horário do expediente, cria novos problemas, em vez de preocupar-se em solucionar os já existentes:
1 – Não é feita a limpeza dos dutos do condicionador de ar central, gerando condição de trabalho insalubre, uma vez que em vários setores há excesso de agentes poluidores (centenas de processos são movimentados diariamente, passando por várias mãos e locais inadequados);
2- Já foi relatado que o prédio do TJ não possui habite-se;
3 – A obra do 13º pavimento não foi regularizada;
4 – As paredes abaixo das janelas da parte avançada são de compensado. Quem foram os responsáveis pela licitação para a construção dessa obra?
5 – Foi proibido colocar processos ou outros materiais pesados no avanço (entre os pilares e as janelas), por serem muito frágeis as estruturas;
6 – As tomadas ou esperas elétricas são todas no piso, e a maioria não possui tampa de proteção, portanto expostas; além do perigo, são acumuladores de sujeira;
7 – As escadas já são estreitas para o uso comum; em caso de incêndio, sem comentário.
Imaginem estes problemas todos numa empresa privada sendo fiscalizada (Vigilância Sanitária, Ministério do Trabalho, Bombeiros, CIPA e tantos outros)? Como pode o órgão que aplica a justiça, não cumprir com a lei? O Tribunal de Justiça é diferente e intocável.
Observem o estacionamento e restaurante nas sextas-feiras. Incrível, nesse dia não tem problemas de vagas e fila (como é bom ter horário flexível).
Situações absurdas, afrontando a moralidade e a ética, como as que ocorrem no Departamento Processual, na Jurisprudência, no Departamento de Taquigrafia e outros, só são possíveis porque Superiores, como o Luiz Fernando, não podem falar em moral e ética. A lei não é igual para todos? Só mesmo no TJ do RS. E ainda citam o TJRS como exemplo no Brasil.
Sirva o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul de exemplo de reforma administrativa. Carga horária igual para todos. Maior controle de saídas durante o expediente. Chefias realmente capacitadas, sem comprometimentos e com avaliação pelos servidores.
Bom, por hoje ficamos por aqui.
Obrigada, colega da Resistência!